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diário de bordo

Diário de Bordo #016 – Finalmente água

E não é que um dia a espera termina?

 

Sim, finalmente chegou o grande dia de colocar nosso veleiro na água, estamos prá lá de felizes, o momento tão aguardado chegou.

Todos os tramites necessários para colocar o veleiro na água são intensos. A vinda do Treveller que leva o barco pendurado até o local para o tão esperado mergulho, últimas compras que precisamos fazer para garantir que temos comida e água para toda a travessia com sobras e é claro pagar a marina, a frase “no cash no splash” (sem dinheiro sem mergulho, sim eu sei, fica muito melhor no inglês) não sai da minha cabeça.

 

Quando pensei que estava tudo certo ainda faltava dar baixa nos documentos de entrada e saída do país. Avisar que estamos partindo.

Um contato pelo rádio pedindo autorização para o Porto de Controle Marítimo local e podemos sair.

 

 

As primeiras horas correram conforme os planos, sabemos que o primeiro dia será um dia muito duro com vento de frente e mar de ondas de até 2 metros, nosso capitão bem que avisou que não seria nada fácil enfrentar a dureza desta travessia, em minha mente a ideia de que nos próximos dias isso seria diferente me seguravam firme a ponto de não pedir socorro, a vontade de falar pare agora porque quero descer era grande mas a ideia de nadar em áreas de tubarões era mais aterrorizante então enfrentei bravamente as horas intermináveis deste primeiro dia, Meu Deus, será que vou suportar os 10 dias que teremos pela frente?

Max ficou muito doente e os turnos de vigilância intercalados entre o capitão e eu, em alguns momentos a instabilidade também me pegou mas, não podia permitir que todo o trabalho fosse apenas de uma pessoa até que descobri que assim como eu o Capitão também sentiu o impacto de leve, ele resistiu bravamente, ficamos firmes de olho nos navios que estavam em nossa volta, nenhum pode cruzar nosso caminho ou teremos que corrigir nossa rota o que acabou acontecendo por duas vezes.

Nossa primeira noite foi longa, muito longa, nas vezes que o capitão mandou eu bem que tentei dormir mas era difícil, descansava o quanto podia e voltava ao turno para passar a vez para ele descansar.

Finalmente o dia raiou e os ventos começaram a ficar mais tranquilos assim como era previsto, tudo estava correndo absolutamente conforme o planejado e o dia seguiu tranquilo, começamos a curtir a velejada já sonhando com a chegada no Panamá, até que…..

Um dos estais que segura o mastro principal estava rompendo, foi uma correria, usamos um rolo inteiro de fita adesiva no aço de cima abaixo para que ela não terminasse de romper e nos colocar em uma situação bem ruim, além disto puxamos cabos do alto do mastro para amarrar na da forma como foi possível na base para tentar firmar um pouco, depois que o estai ficou levemente estabilizado utilizamos a fina corda que usamos para hastear as bandeiras para dar uma estabilidade extra, sabemos muito bem que é apenas um conforto emocional porque quanto a força e resistência a operação é igual a zero.

 

 

Com a situação relativamente sob controle procuramos um lugar próximo para ancorar e pensar no que fazer.

Só nós na ancoragem nenhum barco a vista e uma pontinha de terra tão pequena que passava despercebido, estamos flutuando em meio a nada no mar das Bahamas o sol se põem ao longe e o mar está absolutamente calmo, amanhã vamos a Nassau, lá com certeza teremos alguma solução para a situação estressante.

 

 

Até o Diário de Bordo #017

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2 thoughts on “Diário de Bordo #016 – Finalmente água

  • Gilmar Mendes

    Perrengues iniciais Mirjam: renderão ótimos causos.

    A gente aqui fica preocupado com o Max.
    Estamos na torcida pra que tudo de certo.

    Esse arrependimento ao estar embarcado, já
    a 30km da costa, já aconteceu comigo, que
    nem mareado estava. Imagine os demais que
    estavam mareados KKK.

    Boas velejadas. []s

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    • Tortuga World

      hum, até que é reconfortante saber que o arrependimento faz parte. rsrs
      bem, espero que um dia estejamos curtindo verdadeiramente.

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